A catarata é frequentemente associada ao envelhecimento e, de fato, é uma das principais causas de perda visual progressiva em pessoas acima dos 60 anos. No entanto, o que muitas pessoas não sabem é que a condição também pode se manifestar em pessoas mais jovens — inclusive em crianças, adolescentes e adultos com menos de 40 anos.
Embora seja menos comum, a catarata em jovens merece atenção especial, pois pode impactar significativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento visual, principalmente se não for diagnosticada e tratada adequadamente. Neste artigo, vamos explorar as principais causas, tipos de catarata em jovens, sintomas mais comuns, além dos métodos de diagnóstico e tratamento disponíveis.
O que é Catarata?
A catarata é caracterizada pela opacificação do cristalino, uma lente natural e transparente localizada dentro do olho, responsável por focar a luz na retina para formar imagens nítidas.
Com a formação da catarata, o cristalino perde sua transparência, o que leva à visão embaçada, perda de nitidez, dificuldade para enxergar à noite e sensibilidade à luz. Em jovens, esses sintomas podem ser facilmente confundidos com outros problemas visuais, atrasando o diagnóstico.
Causas da catarata em jovens
Existem diversas causas possíveis para o desenvolvimento da catarata antes do envelhecimento natural. Entre as principais estão:
1. Catarata congênita
Algumas crianças já nascem com a catarata ou a desenvolvem nos primeiros meses de vida. As causas incluem:
- Infecções intrauterinas, como rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus;
- Doenças genéticas ou hereditárias;
- Síndromes congênitas, como Síndrome de Down;
- Distúrbios metabólicos, como galactosemia.
A catarata congênita pode afetar um ou ambos os olhos e requer tratamento precoce, pois o atraso pode comprometer o desenvolvimento visual e causar ambliopia (olho preguiçoso).
2. Catarata traumática
Golpes, perfurações, queimaduras químicas ou até lesões cirúrgicas nos olhos podem danificar o cristalino e provocar opacificação.
É uma das formas mais comuns de catarata em adultos jovens, especialmente em pessoas expostas a riscos ocupacionais, esportes de contato ou acidentes.
3. Catarata secundária
Pode ocorrer como consequência de outras doenças oculares ou sistêmicas.
Exemplos:
Uveítes (inflamações intraoculares);
Glaucoma;
Diabetes mellitus (especialmente quando não controlado);
Doenças autoimunes.
4. Uso prolongado de corticoides
Medicamentos à base de corticoides, usados por via oral, tópica ou inalatória, podem levar à formação precoce de catarata. Este tipo é chamado de catarata subcapsular posterior e costuma afetar significativamente a visão de perto.
5. Radiação e exposição excessiva à luz ultravioleta
Profissionais que trabalham expostos à radiação (como radiologistas e pilotos) ou pessoas que se expõem demais ao sol sem proteção ocular estão em risco aumentado.
6. Fatores genéticos
Há casos em que a catarata se desenvolve em pessoas jovens por predisposição genética, mesmo sem outras causas associadas.
Sintomas da catarata em jovens
Os sintomas variam de acordo com o tipo e a gravidade da opacificação do cristalino. Em geral, os sinais mais comuns incluem:
- Visão embaçada ou nublada;
- Sensação de “neblina” no campo visual;
- Dificuldade para enxergar à noite ou em ambientes com pouca luz;
- Aumento da sensibilidade à luz (fotofobia);
- Alterações na percepção das cores;
- Necessidade de trocar os óculos com frequência;
- Visão dupla em um dos olhos.
No caso de crianças, é importante que os pais e professores fiquem atentos a sinais como estrabismo, falta de atenção visual, movimentos irregulares dos olhos ou dificuldade para enxergar objetos à distância.
Diagnóstico da catarata em jovens
O diagnóstico é realizado por meio de exames oftalmológicos completos, que incluem:
- Avaliação da acuidade visual;
- Teste com lâmpada de fenda (biomicroscopia);
- Teste de reflexo vermelho (em bebês e crianças);
- Mapeamento de retina;
- Ultrassonografia ocular (em casos em que a opacificação é intensa e impede a visualização interna do olho).
É essencial que crianças realizem o primeiro exame oftalmológico ainda no primeiro ano de vida, conforme recomendações da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica.
Tratamento: quando a cirurgia é indicada?
A única forma eficaz de tratar a catarata é cirurgicamente, com a remoção do cristalino opaco e sua substituição por uma lente intraocular artificial.
Em jovens, a cirurgia costuma ser altamente eficaz e segura, desde que realizada por um profissional especializado. A escolha da lente intraocular pode variar conforme as necessidades do paciente, seu grau refrativo e estilo de vida.
Nos casos de catarata congênita, a cirurgia deve ser feita o quanto antes, idealmente nos primeiros meses de vida, para evitar déficits visuais permanentes.
Recuperação e prognóstico
A recuperação após a cirurgia de catarata em jovens geralmente é rápida. Em poucos dias, o paciente já percebe melhora significativa da visão. Ainda assim, é necessário seguir rigorosamente as orientações médicas:
- Uso de colírios anti-inflamatórios e antibióticos;
- Evitar esforços físicos nos primeiros dias;
- Comparecer às consultas de retorno;
- Proteger os olhos da luz solar intensa e de possíveis traumas.
Nos casos de crianças, pode ser necessário o uso de tampão ocular no olho saudável para estimular a recuperação do olho operado (tratamento de ambliopia).
Prevenção: é possível evitar a catarata em jovens?
Embora nem todos os casos possam ser evitados, algumas medidas ajudam a reduzir o risco:
- Controlar doenças como diabetes e inflamações oculares;
- Usar óculos escuros com proteção UV;
- Evitar o uso indiscriminado de corticoides;
- Manter uma alimentação rica em antioxidantes;
- Realizar consultas oftalmológicas regulares, inclusive em bebês e crianças pequenas.
A catarata em jovens, embora menos comum, é uma realidade que precisa de atenção. Seja de origem genética, traumática ou secundária a outras doenças, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para preservar a visão e a qualidade de vida.
Ficar atento aos sinais visuais, manter os exames oftalmológicos em dia e adotar hábitos de vida saudáveis são atitudes essenciais para proteger os olhos em todas as fases da vida.
Se você ou alguém da sua família apresenta sintomas sugestivos de catarata, procure um oftalmologista o quanto antes. A visão é um dos sentidos mais preciosos que temos — e cuidar dela desde cedo faz toda a diferença.
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